jeudi 22 avril 2010

Charles Baudelaire

(Charles Baudelaire por Etienne Carjat)

CHARLES BAUDELAIRE

Hoje falarei do poeta francês Charles Baudelaire, um dos meus poetas prediletos. Escolhi também um dos poemas que eu mais gosto e o publiquei em francês e em português.

L'Albatros - Charles Baudelaire, Les Fleurs du Mal (1859)
Souvent, pour s'amuser, les hommes d'équipage
Prennent des albatros, vastes oiseaux des mers,
Qui suivent, indolents compagnons de voyage,
Le navire glissant sur les gouffres amers.

A peine les ont-ils déposés sur les planches,
Que ces rois de l'azur, maladroits et honteux,
Laissent piteusement leurs grandes ailes blanches
Comme des avirons traîner à côté d'eux.

Ce voyageur ailé, comme il est gauche et veule!
Lui, naguère si beau, qu'il est comique et laid!
L'un agace son bec avec un brûle-gueule,
L'autre mime, en boitant, l'infirme qui volait!

Le Poète est semblable au prince des nuées
Qui hante la tempête et se rit de l'archer;
Exilé sur le sol au milieu des huées,
Ses ailes de géant l'empêchent de marcher.

O Albatroz - Charles Baudelaire, As Flores do Mal (1859)
Às vezes no alto mar, distrai-se a marinhagem
Na caça do albatroz, ave enorme e voraz,
Que segue pelo azul a embarcação em viagem,
Num vôo triunfal, numa carreira audaz.
Mas quando o albatroz se vê preso, estendido
Nas tábuas do convés, — pobre rei destronado!
Que pena que ele faz, humilde e constrangido,
As asas imperiais caídas para o lado!
Dominador do espaço, eis perdido o seu nimbo!
Era grande e gentil, ei-lo o grotescio verme!...
Chega-lhe um ao bico o fogo do cachimbo,
Mutila um outro a pata ao voador inerme.
O Poeta é semelhante a essa águia marinha
Que desdenha da seta, e afronta os vendavais;
Exilado na terra, entre a plebe escarninha,
Não o deixam andar as asas colossais!
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Charles Pierre Baudelaire é um poeta francês que nasceu em Paris no dia 9 de abril de 1821 et morreu no dia 31 de agosto de 1867 em Paris. Ele é um dos poetas mais famosos do século XIX: incluindo a modernidade como o motivo poético, rompendo assim com a estética classica; ele também popularizou o poema em prosa.
A través de suas obras, Baudelaire opera uma transformaçao radical em relaçao à estética dominante, proclamando querer liberar a estética de toda consideraçao moral ou ética. Em seu livro Les Fleurs du Mal (As Flores do Mal) ele tenta mostrar a relaçao entre o bem e a beleza, a felicidade e o ideal inacessivel, entre a violência e o prazer, entre o poeta e seu leitor, entre os artistas à través os anos. Sao por esses poemas considerados escandalosos que ele expressou a melancolia e essa vontade de um outro lugar.
O pai de Baudelaire morre em 1827 quando ele tinha seis anos. Um ano mais tarde sua mae (Caroline Archimbaut-Dufays) casaria novamente com o Coronel Jacques Aupick. O futuro poeta nunca perdoara sua mae por esse segundo casamento e o Coronel Aupick que viraria embaixador mais tarde, incorporava aos seus olhos tudo o que lhe fazia obstaculo em relaçao ao que ele amava: sua mae, a poesia, o sonho, e a vida sem contingências. "Se ele vai detestar o Coronel Aupick, com certeza é porque este se opoem à sua vocaçao. Mas sobretudo porque seu padrasto pegava-lhe uma parte do afeto de sua mae. Uma unica pessoa contava realmente na vida de Charles Baudelaire: sua mae".
Expulso da escola Louis-le-Grand em 1839, Baudelaire vive uma vida em oposiçao aos valores burgueses incorporados por sua mae e seu padrasto. Seu padrasto que julgava sua vida como "escandalosa" decide entao que ele faça uma viagem pela India que terminara em 1841.
Ao retornar em Paris ele se apaixona por Jeanne Duval, uma jovem mulata, com quem ele conheceria os charmes e as amarguras da paixao. Ele logo se endividaria e ficaria sob proteçao judicial, e conheceria, desde 1842, uma vida miseravel. Ele começa entao a compor varios poemas que fariam parte de seu livro As Flores do Mal. Em 1848 é publicado La Liberté de Penser (A Liberdade de Pensar) de Edgar Allan Poe, à partir dessa época, Baudelaire proclamara sempre sua admiraçao pelo escritor americano e sera seu tradutor. A descoberta das obras de Poe e de Joseph de Maistre confirmaram definitivamente sua "febre revolucionaria". Seus poemas foram rapidamente censurados, ele foi compreendido apenas por alguns de seus contemporâneos. No jornal Le Figaro do dia 5 de julho de 1857, Gustave Bourdin reage à ediçao de seu livro As Flores do Mal dizendo: "As vezes nos perguntamos sobre o estado mental do Sr. Baudelaire, e tel vezes que nao nos perguntamos mais; - é, na maior parte do tempo, a repetiçao monotona e premeditada das mesmas coisas, dos mesmos pensamentos. O odioso que se esfrega ao ignobil; afastando-o para depois juntar-se ao infecto..." e esse seria o julgamento dominante na época.
O livro As Flores do Mal seria editado em 1857. Ele seria censurado o mesmo ano por "ofensa à moral religiosa" e por ser "prejudicial à moral publica e aos bons costumes". Baudelaire sera condenado a pagar uma multa de 300 francos (que em seguida seria reduzida à 50 francos), seu editor 100 francos, 6 poemas serao proibidos. Toda essa situaçao marcou profundamente o poeta que realizou, forçado e constrangido, uma nova ediçao em 1861. Em 1866 o escritor consegue publicar seus 6 poemas antes proibidos, acompanhados de outros 16 novos poemas em Bruxelas, ou seja, fora da jurisdiçao francesa, entitulado Les Epaves.
Em 1864, o poeta, cheio de dividas vai pra Bélgica para empreender ume série de conferências onde seu talento como critico de arte nao fez grande sucesso. Ele acaba ficando em Bruxelas, fazendo criticas contre o pais que mal o acolheu, figurando aos seus olhos como uma caricatura da França burguesa.
Na Bélgica, Baudelaire encontrara Félicien Rops qui ira ilustrar As Flores do Mal. Durante uma visita à igreja Saint-Loup de Namur, Baudelaire desmaia. Esse colapso foi acompanhado de disturbios cerebrais, particularmente de afasia. A partir de março de 1866 ele começa a sofrer de paralisia. Ele acaba morrendo em Paris de sifilis no dia 31 de agosto de 1867, sem poder realizar uma ediçao definitiva do trabalho de sua vida: As Flores do Mal. Ele foi enterrado no cimitério de Montparnasse no mesmo tumulo que seu padrasto, o coronel Aupick e sua mae.
O Spleen de Paris sera editado postumamente en 1869. Depois de sua morte seu legado literario foi leiloado. Michel Lévy (editor) o adquire por 1750 francos. A terceira ediçao das Flores do Mal que preparava Baudelaire acompanhada de 11 novos poemas desapareceu com ele. No dia 31 de maio de 1949 depois de uma longa revisao das Flores do Mal, o livro foi finalmente concedido pela Câmara Criminal do Tribunal de Cassaçao.
Fonte:
http://fr.wikipedia.org/wiki/Charles_Baudelaire (Aqui mais uma vez o texto estava escrito integralmente em francês, traduzi como pude)

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